terça-feira, 31 de março de 2009

A Dignidade ajudando a Amar (2)

Porque não instituir prêmios aos homens simples, que trabalham para manter limpas nossas cidades, para torná-las seguras, para ensinar nossos filhos, muitas vezes em precárias condições, efetuando trabalhos que pouco são notados, nem sempre contando com a estima dos demais, mas que o fazem com dedicação e sucesso? E aos artistas, cantores, músicos, escritores, poetas e tantos outros, que mereceriam louvores pelas alegrias tantas que nos passam com sua criatividade?

Bem sabemos que existem políticos, professores, funcionários públicos e profissionais que não honram suas atividades. Estes quiçá apareçam mais na televisão e nos jornais, e quiçá obtenham mais fama e dinheiro com sua forma fraudulenta de agir. Mas, sua divulgação não deve apagar o brilho dos demais. E, como não há prêmios e medalhas para todos, não é preciso promover cerimônias. Basta mostrar, em nossas palavras e atitudes, o quanto os reconhecemos valiosos.

E desta forma estaremos contribuindo para que se sintam recompensados, pelo trabalho bem feito, pela devoção constante aos seus bons princípios, já que “a dignidade não é traduzida na entrega de honrarias, mas em ser merecedor de recebê-las” (Aristóteles). Parabenizar a dignidade ajuda a diminuir a desesperança. Enxergar um futuro melhor exige que se planeje sobre princípios de dignidade humana. Valorizar quem é digno, e ser um deles, é a melhor arma para evitar a despersonalização.

segunda-feira, 30 de março de 2009

A Dignidade ajudando a Amar (1)

Poucos entendem que felicidade é algo que exige trabalho e dedicação. Todos nos queixamos de trabalhar muito, mas é o tédio que gera apatia e tristezas. A rotina cansa mais que a ocupação, já que esta nos mantém alerta, nos ajudando a crescer e manter a dignidade. A inatividade deprime, e gera um tempo cada vez maior e mais cansativo de enfrentar. Nosso interesse desaparece quando não possuímos motivação para levantar. As horas passam a ser um pesado fardo a carregar. Não basta ter família, amigos, alguns bens e dinheiro.
Só quando compreendemos nosso valor como seres humanos, quando descobrirmos nosso espaço, quando nos reconhecermos como portadores de potencial intelectual e afetivo, é que podemos começar a desenvolver o senso de dignidade. Nem todos transmitem esta mensagem. Dependendo dos problemas e das dificuldades enfrentadas, nos convencemos de que não possuímos o necessário para enfrentar a vida. Poucos são os que nos animam a tentar, a arriscar. Raros nos mostram que somos especiais ou nos abrem perspectivas para que enxerguemos nossos eus não descobertos.

Precisamos descobrir o que sucedeu com nosso orgulho. Não o orgulho que diz respeito a arrogância e vaidades. Não o orgulho que serve para incentivar a auto-importância, mas aquele que ajuda a elevar o auto-respeito, altas expectativas e valores maiores em relação a nós mesmos, que nos traz uma consciência adequada de nosso próprio mundo. Orgulho de cuidar de nosso recanto mais pessoal, de sentir-nos bem com o que possuímos, de buscar e criar alegria em tudo que nos rodeia, de sorrir para todos, de refletir o que somos.

Porque alguém junta lixo na rua e o deposita em algum local adequado? Porque alguém planta uma árvore em sua rua, ou quintal? E porque a cuida, para que cresça viçosa? Porque a poda, caso seus galhos tomem formas ameaçadoras? E porque aduba o solo em sua volta, se preciso? Quiçá o faça, e é bem provável que assim seja, porque tem orgulho do lugar em que vive. E, se quiser que continue belo, respeitado, e admirado pelos outros, continuará a fazê-lo. Atitudes deste tipo refletem nos outros.

Mas, o mais importante, é que, quem age assim, o faz por si mesmo. Trata-se de gestos que transmitem, nem sempre de forma consciente, o que desejamos mostrar que somos. Mas o fazemos, principalmente, pensando em nós mesmos. Não temos que nos preocupar, em primeira instância, se dão ou não importância àquilo que demonstramos ser. Sabemos que é mais fácil criticar do que construir, então, sejamos construtores. Este é o primeiro passo para que nos orgulhemos de nós mesmos.
Devemos sentir-nos produtivos. Ter uma atividade recompensa, nos aproxima de pessoas, nos traz a vida de volta, exige experimentar coisas novas, e deixa a sensação de recebermos algo em troca. E o homem é um ser que necessita sentir-se recompensado. Só pensar, planejar e sentir, não resulta em benefício se não traduzir uma finalidade real de agregar algo. Trabalhar não é um mal necessário. A vida ganha verdadeiro significado, os prazeres propiciados ganham sabores distintos, gerando animação e resgatando a dignidade.

domingo, 29 de março de 2009

Nossos Amigos. Desfrute de seus Serviços

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Aceitação (4)

Para pensar bem do outro é preciso, antes, que pensemos bem sobre nós mesmos. É necessário reconhecer as próprias qualidades e a potencialidade que trazemos dentro de nós e que nos torna capazes de crescer, aprender e avançar. Só é possível dar aquilo que se possui. Apenas quem é capaz de se amar e de se valorizar pode amar e valorizar o outro. O caminho para uma boa auto-estima está em cultivar bons pensamentos e ter em mente que eles são a nossa companhia mais constante.

Temos a opção de escolher, a cada momento, o que abrigamos em nossas mentes. Com atenção, esforço e responsabilidade, é possível detectar um pensamento pior na sua origem, e substituí-lo por outro que irá produzir resultados positivos. A melhor estratégia para se encontrar uma companheira ou um companheiro especial é tornar-se, você mesmo, alguém muito especial. O universo funciona como um espelho, e tudo aquilo que transmitimos retorna para nós amplificado.

Para despertar os melhores sentimentos em alguém, é preciso pensar o melhor dele. Só assim estaremos irradiando o tipo de energia e de vibrações que desejamos receber, estabelecendo uma sintonia de amor e de harmonia nos nossos relacionamentos a dois. Pense o melhor do seu parceiro, acredite na harmonia e na felicidade a dois com todo o seu ser, trabalhe para isso e o resultado virá.

sábado, 28 de março de 2009

Aceitação (3)

Os pensamentos nos fazem sentir emoções variadas, das mais alegres e elevadas às mais deprimentes e assustadoras. Essas emoções, por sua vez, influenciam a nossa mente, o nosso organismo e a nossa saúde, ajudando a nos manter saudáveis e bem dispostos ou nos tornando depressivos e doentes. Cria-se assim, um círculo virtuoso ou vicioso, dependendo do cuidado que temos com aquilo que abrigamos em nossas mentes. Assim, se queremos ter relacionamentos amorosos felizes, o primeiro cuidado a ser adotado é em relação aos nossos pensamentos.

A lei da sintonia, como toda lei espiritual, pode não ser aceita ou compreendida, mas nem por isso deixa de produzir efeitos. Assim como a gravidade atrai os corpos para o centro da Terra, os nossos pensamentos têm o poder de atrair para nós aqueles relacionamentos que desejamos viver. Se nos dispomos a ver o que o outro tem de bom, nossas atitudes refletirão esses pensamentos e serão agradáveis e amorosas, despertando uma reação de igual natureza.

Se pensarmos positivamente sobre as pessoas com quem nos relacionarmos, naturalmente, as nossas palavras o nosso modo de agir se tornará muito mais leve e atraente. O contrário também é verdadeiro. Quando focamos os pensamentos no que não gostamos no parceiro, desconfiando que ele irá nos trair ou desapontar, nosso comportamento muda. Tornamo-nos mais agressivos, ríspidos ou impacientes e o relacionamento vai perdendo a graça e se tornando pesado.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Aceitação (2)

Enquanto esperar do outro aquilo que precisa encontrar dentro de você, o sofrimento virá. Não como um castigo, mas como um alerta, uma chamada de atenção, dizendo: Cuidado! Olhe para dentro e encontrará todas as respostas. O melhor que podemos levar para os nossos relacionamentos é o nosso ser amoroso. A nossa aceitação e compreensão de que só podemos amar porque estamos nos amando, daquele lugar mágico e infinito onde descobrimos que somos os responsáveis pelas nossas vidas e pelo que nos acontece. Então, poderemos levar alegria, entusiasmo, saúde, abundância, criatividade para compartilhar com o outro. E estaremos atraindo os relacionamentos que sonhamos em nossas vidas.

O maior instrumento de poder de que se tem notícia se encontra dentro de nós: o nosso pensamento. Como a eletricidade, o dinheiro e tantas outras coisas que, em essência, não são boas nem más, o pensamento produz resultados de acordo com o uso que se faz dele. O fato é que estamos continuamente interagindo com o cosmos, emitindo e recebendo vibrações, e assim, criando as experiências que vivemos. Ao tomar consciência do poder do pensamento, conquista-se a chave para abrir as portas que levam à realização dos nossos desejos mais profundos.

Depois de Einstein e da física quântica, não há como negar que, em essência, somos energia. É essa energia se consubstancia na matéria, transformando-se em corpo, mente e emoção. Se temos bons pensamentos e nos mantemos em sintonia com as correntes carregadas de energia positiva, somos capazes de realizar as ações que nos levarão à felicidade. Se abrigarmos pensamentos negativos de inveja, maldade, crítica e intolerância, as nossas ações não irão resultar em experiências positivas

quinta-feira, 26 de março de 2009

Aceitação (1)

Todo mundo, independente dos rótulos e da posição que ocupa nesta vida, precisa da aceitação para ser feliz, assim como o organismo vivo tem necessidade do oxigênio para continuar vivo. A aceitação é uma das leis espirituais que nos conduzem ao caminho do amor, da paz, da saúde e de todas as realizações. Aceitação significa nos amarmos exatamente do jeito que somos, assim como desenvolver a capacidade de amar e de aceitar o outro exatamente como ele é. A aceitação do outro, passa pela auto-aceitação, que é o caminho que permite que possamos assumir o controle dos nossos destinos e, assim, escolher o tipo de relacionamentos que queremos viver.

Quando você se aceita, deixa de precisar gastar energia com desculpas, culpas, acusações e relacionamentos onde os parceiros funcionam como pára-raios - apenas para que se projete neles a própria dificuldade de assumir as rédeas da sua vida. A aceitação daquilo que se é abre caminho para a conquista de realizações, através do reconhecimento das próprias fraquezas e virtudes, de onde se está e onde se deseja chegar. Não importa se você está vivendo crises no casamento, atravessando momentos de solidão a dois ou de insatisfação amorosa. As circunstâncias das nossas vidas são apenas um reflexo do modo como nos amamos e lidamos com os nossos problemas.

Nada de pensar no que poderia ter feito diferente no passado, de colocar atenção no que não funciona. A proposta é deixar de usar a sua energia para ser infeliz e aprender a utilizar as suas dificuldades como fonte de aprendizado. Esse é o melhor presente. Saber que somos nós os construtores dos nossos destinos, que temos dentro de nosso ser as chaves para abrir todas as portas. Então, mãos à obra. Esperar que o parceiro solucione os seus problemas, preencha os seus vazios e supra as suas carências é ilusão. O amor verdadeiro não tem nada a ver com isso.

Receitas Erradas (3)

No pensamento oriental, o “tao” é o princípio que une tudo que há no mundo. Precisamos estar em harmonia para que os acontecimentos fluam. Segundo Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, todos os seres e objetos estão interligados pelo “inconsciente coletivo”, o que significa que nossa psique interage com o mundo a seu redor. Assim, se explicam as “coincidências”. Por exemplo, alguém sonha com um número e ganha na loteria, ou preocupado com um problema, sonha com sua solução.

Já, nosso pensamento ocidental nos leva a crer somente naquilo que podemos provar. Existe, entretanto, bem mais do que nossa consciência pode entender. E acreditar nisto nos levará a ter mais serenidade, equilíbrio, entendimento das verdades e paz de espírito. Não devemos insistir em algo que não está dando certo. Não podemos sofrer porque tudo muda e mudamos nós também com o passar dos tempos. É preciso termos esperança, viver com humor, alegria e a certeza de que nosso equilíbrio nos levará a estarmos abertos às surpresas que estão por vir.

terça-feira, 24 de março de 2009

Receitas Erradas (2)

É preciso aprender a buscar dentro de si os recursos para obter aquilo que se deseja. Ao expressar a vida que queremos por meio do esforço próprio, tornamo-nos livres para amar. E para experimentar o amor real, aquele que se expressa de todas as maneiras possíveis, com alegria, carinho, clareza, compartilhar, confiança, prazer, num movimento de contínuo crescimento. Esse amor, que precisa estar disponível dentro de cada um de nós, é o amor que atrai para as nossas vidas a pessoa certa, no momento certo, da forma certa. Sem receitas, sem fórmulas, sem defesas. Apenas estando disponíveis para experimentar a felicidade.

Quando estamos sozinhos, às vezes nos desesperamos e ficamos mal, o que só diminui a possibilidade de encontrarmos um novo amor. Isto é um erro. Deveríamos fazer exatamente o contrário, ou seja, cuidar de nós mesmos, e aproveitar a vida de forma tranqüila e feliz. Esta, com certeza, a forma mais adequada de preparar-se para esperar um novo parceiro. De certa forma, é o acaso que aproxima as pessoas, e isto acaba, de uma ora para outra, acontecendo.

Afinal, onde, como, encontrar a sua alma gêmea? Dedicando-se a algo que gosta, tentando aprender coisas novas, obtendo prazer mesmo só. Sair sem ter vontade, somente para se expor a possibilidades, buscar parceiros através da internet, é desejar forçar o destino. Ainda que ninguém vá bater á sua porta em busca de um novo amor, há uma ligação sutil, entre nós, o universo e outras pessoas, que não se explica em causas e efeitos. É fundamental ficarmos bem para não atrapalhar estas forças.

Elevando sua Auto-Estima (3)

Humor é fundamental. Saber rir dos contratempos, achar graça, em si mesmo e na vida, ajuda muito. Escolha filmes, peças de teatro, shows e programas de tevê que o ajudem a relaxar. Não é à toa que se diz por aí que rir é o melhor remédio. Demonstre seu amor pelas pessoas que ama. Mostre com palavras e atitudes. Ao deixar que o amor flua através de você, você receberá de volta esta mesma energia. Os homens sofrem mais do que as mulheres por não se abrirem quando têm dificuldades.

Ao contrário do que se acredita, quem faz isso demonstra força e segurança. Se estiver passando por uma fase difícil, busque ajuda, compartilhe seus problemas. Valorize suas conquistas e acredite que você pode sempre mais. É uma questão de alinhar o pensamento e a emoção para ir à luta. Querer é poder. Acredite e vá em frente.

Há quem julgue que nossos comportamentos sejam, em especial, resultado de influência de nossos pais, do que nos mostraram, nos ensinaram ou não, servindo como modelos. São eles, os pais, creditados como os grandes responsáveis ou culpados pelos possíveis fracassos e sucessos de nossa vida de adultos. Quando isto ocorre, esquecemos que, com certeza, aprendemos com eles, pelo menos, o que não desejamos fazer, com base naquilo que praticaram e nos desagradou.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Viva seu dia de hoje!

Dizem os budistas que se deve acreditar no aqui e no agora. Encaram como única realidade o que está a acontecer no momento. Se vivermos em função do amanhã, que é apenas um sonho, então tudo será apenas a projeção de sonhos irrealizados. Se vivermos voltados para o passado, este não é mais real. Tem valor sim, mas porque fez de cada um parte do que se é hoje, e é este o grande valor que possui.
Portanto, vivamos o agora! Quando estivermos conversando, conversemos. Quando estivermos comendo, comamos. Quando estivermos amando, amemos! E tenhamos a capacidade de captar a beleza e tudo que há de bom em cada momento vivido!
Não há necessidade de buscar a perfeição. Não temos obrigação de sermos perfeitos, apenas de sermos o que podemos e conseguimos ser. A idéia de busca da perfeição assusta e gera medo de realizar, porque nem sempre é algo acessível a nossas possibilidades.
O que nos leva a ter forças em cada dia que começamos é o amor e nossa capacidade de nos renovar-nos nele. E o oposto do amor talvez não seja o ódio, mas a apatia. É na apatia, no ócio que ela gera, que se instala a infelicidade. É a força que temos para amar a vida e as pessoas, para amar o fazer acontecer, que nos leva a conseguir mudar o ambiente que nos cerca.
Então, se nosso ambiente nos leva a sentir-nos solitários, nos leva à impressão de que não somos o que outros gostariam que fossemos, pintemos um novo cenário. Isto exige capacidade de reação, reconhecimento de nossas verdadeiras necessidades, e descoberta de recursos que - muitas vezes - estão dentro de nós mesmos.
Investir na vida é um processo de constantes mutações. Para acompanhá-las, e às vezes promovê-las, temos que sentir-nos ocupados em viver. E, para viver intensamente, sem que as mazelas inevitáveis nos sufoquem, precisamos gostar de ser o que somos, e sentir-nos úteis com o pouco ou muito que façamos, descobrindo o valor que existe em cada passo dado.
O tempo se encarregará de mostrar estes valores aos outros. A perfeição é relativa. E esta relatividade está na realidade que cada um percebe nos fatos e nas pessoas. E a percepção é resultante da vivência de cada um e da forma como os fatos nela intereferiram. Portanto, vivamos - e tentemos viver felizes - amando o que temos e buscando aquilo que amamos.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Receitas Erradas (1)

Muitos relacionamentos começam com a receita certa para o fracasso. É o que acontece quando o amor é confundido com necessidade e busca-se alguém para suprir carências, preencher buracos emocionais e exercer o papel de “salvador” diante das dificuldades naturais da vida. Fazer isso é o modo de dar partida numa relação falida. O amor é um sentimento que começa pela aceitação e que leva em conta o outro - alguém com vida própria, com objetivos, limitações e um percurso individual em direção à sua realização.

Sem dúvida, podemos apoiar e nos sentir apoiados pelo companheiro. Às vezes, nada melhor do que descansar a cabeça no ombro de alguém, sentindo-nos amparados e queridos, simplesmente aceitando que façam algo por nós. Outras vezes, somos nós que nos transformamos naquele porto seguro, na proteção diante das dificuldades da vida. É a nossa vez de dar, de apoiar e fazer pelo outro. O que não podemos e não devemos, sob pena de fazer naufragar o relacionamento, é esperar que o outro se torne responsável pela nossa vida. Quando isso acontece, o amor - que é composto de abundância e plenitude - dá lugar à escassez e à mesquinharia.

Esperar que uma outra pessoa satisfaça nossas necessidades é querer transferir o intransferível, semeando uma colheita de frustração, ressentimento e separação. Assumir a responsabilidade pela própria vida é um dos primeiros passos para ser feliz no amor. Não há romance que resista às pressões resultantes de exigências, cobranças e expectativas irreais. Temos, todos, capacidade de estabelecer objetivos e de lutar por eles, de fazer escolhas e assumi-las, conscientes de que a aprendizagem da vida se faz passo a passo, através da própria experiência.

Atenção para não buscar num parceiro as qualidades que faltam dentro de si, empurrando para o outro a responsabilidade pelas próprias conquistas. Quem segue desejando que o outro seja a garantia da satisfação dos seus desejos envolve-se em relacionamentos de dependência, controle, competitividade e outros sub-produtos em que a energia negativa prevalece. Somente quando paramos de esperar do outro que ele responda às nossas dúvidas, que nos dê o que falta em nossas vidas e tome conta do que nos acontece, tornamo-nos preparados para viver um relacionamento maduro, onde o amor encontra espaço para crescer.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Mentiras no Amor (5)

Ao ser descoberto, quem mente reage: - negando e minimizando a mentira. - fazendo o oposto: insistindo na mentira. - desculpando-se e dizendo que foi a primeira vez. - justificando a atitude e culpando quem descobriu a mentira, acusando-o de irracional. - reformulando a mentira para torná-la “meia-verdade”. - enfatizando sua intenção “honrosa” e insistindo em minimizar o fato. - tentando confundir quem descobriu.

Atitudes, gestos e expressões faciais acabam por trair um mentiroso, por mais experiente que seja. Mas podemos cometer erros de avaliação. Através de pesquisa, a psicóloga americana Dory Hollander, identificou uma série de mitos sobre o comportamento de pessoas que mentem. É importante não generalizar, e achar que esses comportamentos são sinônimos que a pessoa está mentindo. O contrário também não é garantia de que a pessoa esteja falando a verdade.

Segundo a autora da pesquisa, os mitos em torno do mentiroso dizem que: - “Ele não consegue olhar nos olhos”, e se estiver acostumado a mentir, ele é capaz de sustentar o olhar do interlocutor sem hesitação. - “Sua voz treme e soa estridente”: não é uma regra, porque pessoas tristes ou ansiosas também sofrem alterações na voz. Mas os mentirosos têm dificuldade para manter a dicção normal no momento da mentira. - “Seu sorriso torto o delata”: o mentiroso quase sempre recorre ao sorriso quando mente, mas não em 100% dos casos. - “Sua linguagem corporal o delata”: eles e elas disfarçam o nervosismo. Daí a importância da observação dos gestos rápidos, olhares para outra direção no momento em que fala, movimentos involuntários, encolher de ombros outros sinais corporais que mostram a incongruência entre o que se diz e a forma de dizê-lo

E, como identificar um mentiroso? A psicóloga Iara Jukemura afirma que, dificilmente, uma mentira não é descoberta. Ela explica que, se a mentira envolver somente a pessoa que a inventa, a probabilidade de a verdade ser descoberta é menor, embora o mentiroso acabe se traindo em algum momento. “Quando envolve outras pessoas, é impossível que não venha à tona”, diz ela.

terça-feira, 17 de março de 2009

Do aprender o Amor (3)

Quase todo relacionamento se inicia com expectativas acumuladas ao longo do tempo e de histórias vividas. A idéia do que esperamos de outra pessoa, sobre como se vá comportar, de refletirem a imagem que formamos a respeito do que buscamos, nega-lhe a mais preciosa das vantagens, de viver sua individualidade, e a faz sentir-se um objeto de utilidade. O que nos atraiu inicialmente, as qualidades que definem sua personalidade, em vez de nos alegrar, nos frustra, quando tentamos encaixá-la em padrões, em categorias, esperando que aja de outro modo.

Melhor seria que deixássemos de lado nossas expectativas, estabelecendo um novo relacionamento, sem referenciais anteriores, encarando o novo parceiro em suas singularidades, único que é. Ninguém é igual a outro. Portanto, ninguém volta à vida de ninguém na pele de uma nova pessoa. Quem espera encontrar, em cada um com que se depara, o amor de sua vida, tende a não se satisfazer com ninguém. É mais divertido e mais verdadeiro descobrir, e aceitar, as pessoas como realmente são, não como as tenha sonhado. E só assim poderá, mais facilmente, encontrar a felicidade.

Para evitar novos e constantes desapontamentos, desilusões que se acumulam de forma inevitável, expectativas sempre malogradas, temos que esperar e cobrar apenas de nós mesmos. Somos os principais, senão os únicos, responsáveis por nossas próprias mudanças. E, assim, permitiremos aos outros, o direito de serem eles mesmos, nos entendendo e crescendo na busca do potencial de um novo relacionamento.

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segunda-feira, 16 de março de 2009

Do aprender o Amor (2)

Devemos, todos, ser os arquitetos de nossas mudanças, de nossa evolução no amor, aceitando que isto não acontece da noite para o dia. É qual um jogo de damas. Há que se mexer uma pedra de cada vez. O importante é começar! E, a cada nova oportunidade de amor, experimentar o que já aprendido, para nos conduzirmos a um mundo melhor para nós e para aqueles que cruzem nossos caminhos. Os desapontamentos de esperanças não concretizadas podem resultar em marcas profundas. A lição é sarar feridas e não aumentá-las, interminável análise de porquês, muitas vezes não existentes.

Esperar que as coisas aconteçam por si, pode se traduzir em longas esperas. Os mistérios do amor criam em nossas mentes uma aura de magia, mas, ao mesmo tempo, de incertezas. Abra-se, então, de forma autêntica e inteira, para novas emoções. Na vida, como nas guerras, quem não arrisca, não avança. Há que se ter impetuosidade, permitir-se entregar-ser aos sonhos. E neste entregar-se, importante não repetir receitas que já falharam. Existem pessoas que só aprendem a se relacionar com um tipo. Falham uma vez, e repetem seus próprios erros de escolha a cada tentativa. Como se desejando justificar-se nas falhas alheias.

Não devemos esperar sempre, nem correr com desespero atrás do que procuramos. Pode parecer um contra-senso, mas é bem assim. A pressa nos leva a não analisar, a não avaliar os riscos. Se apressados, não cuidamos de evitar que “ponham o dedo em nossas feridas”. Esperar sempre é postura falha, pois nada cai do céu. É preciso criar condições e nos apresentar para os fatos. Nada de ficar enclausurado, curtir as próprias dores. Podemos desejar ser amados. Impossível consegui-lo por todos.

Esta compreensão é que dá origem á liberdade. Não pergunte “você me ama”? Sinta-o! E não esqueça que o amor só pode ser dado livremente. Espere, e propicie momentos para que alguém lhe diga “eu te amo”. Não importa quanto o desejamos. Isto só ocorre quando se trata de uma oferta espontânea. Cobrar gestos ou palavras de carinho e devoção só gera constrangimentos e quebra de naturalidade. Se o nível de exigências for grande, grande será a dificuldade de quem se espera retribuição.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Mentiras no Amor (4)

Não existe mentiroso perfeito, nem mentira que jamais é descoberta: tudo depende da perspicácia de quem está do outro lado. Se você prestar atenção nas atitudes, nas conversas, nas histórias e até mesmo em pequenas situações do cotidiano, irá surpreender o mentiroso em plena ação.

As principais características de pessoas que não falam a verdade são:
- entrar em contradição – ele se “esquece” de certos detalhes ou chega ao cúmulo de contar a mesma história com detalhes completamente diferentes - esquece de afirmações que fez – isso se deve ao hábito de dizer que disse o que não disse, ou vice-versa - não apresentar o namorado para a família ou aos amigos – o motivo é evitar que alguém fale algo, que contradiga as mentiras que inventou - ter um tratamento desrespeitoso da família ou dos amigos - por já estar desmoralizado diante deles - tornar-se agressivo quando colocado contra a parede, afinal, sente-se acuado - distorcer as situações – se você aponta a mentira, ele se faz de ofendido e inverte o jogo dizendo que o problema está em você - não esconder de você que, às vezes, mente para as outras pessoas, quase sempre, para se dar bem em algumas situações.
Mas, deixa claro que, para você, não mentiria jamais!

Então, como se defender da mentira? É fundamental não fechar os olhos para a realidade: os mentirosos estão por aí e é preciso estar atento, porque pode haver alguém por perto, querendo enganar a pessoa de boa-fé. Deixar-se envolver por mentiras e depois dizer que “nunca percebeu nada” também não é verdade. Observe os detalhes, pois é, principalmente, aí que quem mente costuma se trair.

Lembre-se: quem mente em situações pequenas, também mente nas grandes. Por isso, atenção: - não desista dos seus valores e padrões de conduta - combine com o parceiro fazer da honestidade uma prioridade na relação - fique atenta ao comportamento e às palavras dele. Quando as palavras e os atos não estiverem de acordo, fique com a verdade das atitudes. O comportamento de alguém fala por si - se desconfiar que ele está mentindo, cheque a verdade. Mais terrível do que se defrontar com a realidade, é viver uma vida de mentira - conscientize-se de que você não conseguirá mudá-lo - confronte a mentira e assuma uma posição coerente com os seus sentimentos mais verdadeiros. Não se deixe pressionar, nem tome qualquer atitude para agradar os outros. Você é responsável pela sua vida. Ouça a sua intuição.

Muitas vezes, aquele sentimento inexplicável, que surge como um relâmpago, está trazendo uma mensagem preciosa. Aprenda a reconhecer quando isto acontece. Saiba desistir do relacionamento se ele for fundamentado na mentira. De que adianta viver uma ilusão, sem saber o que esperar do parceiro? Esse tipo de situação provoca estresse e insatisfação que podem levar a outros estados mais dolorosos.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Caleidoscópio (parte 2)

(Reminiscências / continuação)
Por mais que houvessem se preparado, a hora chegara rápido e sua mentes não conseguiam acompanhar a velocidade dos fatos. Guerrear, mesmo que trazendo a vantagem de planejarem suas ações, era-lhes uma cena insólita.
Seis homens foram designados para organizar a defesa da Usina já dominada, estando Mário Ávila entre eles, junto com Brito Velho e José Gay Cunha, que apesar de ser um dos mais jovens, ficara como responsável pelo grupo devido a sua experiência militar anterior. Brito e Mário, ao escutarem tiros vindos de muito perto, posicionaram-se atrás de uma cerca de grossas tábuas que lhes pareceu segura.
-Saiam daí, rápido! gritou José. Deitem-se atrás do carvão! Tábuas não resistem às balas. Venham logo!
Na verdade não os havia convencido, mas sabendo de sua vivência da Escola Militar, acabaram obedecendo. Não houve tempo para mais que se agacharem.
Uma rajada destruiu as tábuas aonde, até então, se resguardavam. Mário Ávila estava pálido e sem ação. Quase tremia. Olhou para Gay Cunha e falou-lhe:
-Você salvou nossas vidas. Tenha certeza de que, se escaparmos desta, lhe serei grato para sempre.
Aos poucos os tiros ficaram menos freqüentes. Ambulâncias começavam a circular com muito ruído. Uma patrulha veio fazer ligação com o grupo.
Francisco Brochado, outro companheiro muito próximo, fora gravemente ferido e estava num hospital. Krieger e Davi, este irmão de Gay Cunha, estavam bem, assim como Antônio, Luiz e José, filhos do General. O último ponto a entregar-se às forças da Revolução foi o 7º. BC, comandado por um Coronel, cunhado do próprio Flores da Cunha. Já madrugada, um pelotão da Brigada Militar veio rendê-los. A primeira missão estava cumprida. Na Rua Caldas Junior, ao lado do Grande Hotel, estava estacionado o automóvel do General Flores e sentados lado a lado, ele e o Dr. Osvaldo Aranha, junto com um dos chefes do ataque ao Quartel General.
Apesar da hora avançada muito povo circulava pelas ruas, principalmente na frente da sede do Diário de Notícias, aonde haviam afixado notícias de todo o país, informando que a Revolução ganhava terreno e vencia, exceto no Rio de Janeiro e São Paulo, lugares em que o Governo conseguia manter suas posições.
No Palácio do Governo, Getúlio Vargas passaria a noite reunido com o General Flores da Cunha, Osvaldo Aranha, Maurício Cardoso e com o General Góes Monteiro, líderes do movimento, planejando os próximos passos.

-----ooooo-----

O velho Ávila fora pego de surpresa pelas notícias e tão logo lhe foi possível, viajou para Porto Alegre, encontrando Mário na casa de Carla, cuia na mão, sorvendo chimarrão com o Coronel Figueiredo.
-Tu queres me matar do coração? falou depois de abraçar o filho, naquele seu jeito distante e seco, que mais dava a impressão de que tinham estado juntos até há pouco. Tua mãe está a chorar desde que soube. Não tínhamos como te localizar rápido. Está tudo um caos. Nas estradas, no campo, nas cidades, tudo que se vê são homens fardados marchando para cá. Não sei se vai haver lugar em Porto Alegre para reunir toda essa gente.
-Eu já tinha falado isso para o Mário, seu Ávila, mas ele só pensa nessa Revolução e nos amigos que se engajaram com ele nessa aventura.
-Minha filha, falou o Coronel Figueiredo, isto não é uma aventura. Realmente estamos salvando o país. E a hora é agora. Falei muito com o Flores e bem sei que vamos conseguir. Nos próximos dias, saem nossas tropas para enfrentar os paulistas. Ali, a coisa se decide.
-Papai, bem sei o que estou fazendo. Tenho um grande grupo de amigos que estão comigo. Sou um dos mais velhos. Não tenho experiência e é verdade que quase morri logo no primeiro dia, mas agora irei até o fim. Vou escrever para mamãe e tranqüilizá-la. Me desculpem se falhei não os alertando antes. Era fundamental que trabalhássemos com o fator surpresa.
-Mário, meu filho, você já podia estar casado e ser pai. Pense bem no que vai fazer. Temos um patrimônio imenso em jogo.
-Já fiz papai. Não vou voltar atrás. Tão logo isto tudo termine, Carla e eu vamos nos casar. Quanto a nosso patrimônio, fique tranqüilo. Tenho me preparado para o momento em que vá precisar de mim.
E, encarando o velho Ávila, falou com firmeza:
-Até lá, estarei pronto para não trair suas expectativas a meu respeito. Não sou mais um menino, isto sei há muito. Talvez o senhor e mamãe não tenham se convencido ou percebido ainda.

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No Rio de Janeiro, uma Junta Militar derrubara o Presidente Washington Luiz. O General Góes Monteiro comandava o Quartel General da Revolução sediado em Curitiba, e Osvaldo Aranha já estava no Rio para tratar da passagem do Governo para Getúlio Vargas. Depois de passar por São Paulo, onde tiveram do povo uma receptividade carinhosa, e sem ter participado de qualquer derramamento de sangue, os comandados do General Flores da Cunha chegavam ao Rio de Janeiro no dia 28 de outubro, acampando nas instalações do Derby. Osvaldo Aranha soubera sobrepujar os obstáculos colocados pela Junta Militar durante as negociações, e Getúlio Vargas assumia a Presidência da República.
Em 4 de novembro as tropas gaúchas embarcavam no navio que as deixaria em Porto Alegre no dia l0. Os pensamentos da tropa vagavam mais que as ondas a rodeá-la. Estava começando uma nova era em nosso país. Na verdade, algo perturbava a todos. Porque um grupo que servira de vanguarda perante a possibilidade de uma luta árdua e demorada, voltava agora tão rapidamente? Porque, mantidos à distância dos fatos, não eram sequer comunicados do que ocorrera?
Flores da Cunha não era homem de se deixar enganar ou iludir. Franco e acima de tudo leal a Getúlio, a exemplo de outros elementos fundamentais na Revolução. Considerado, entretanto, muito fogoso nas decisões, difícil de abrir mão de seus princípios, podia causar perturbações nas negociações. E estas, só os componentes da Junta Militar e Getúlio Vargas sabiam sob que condições tinham sido acertadas.
As vozes da Aliança Liberal foram caladas e se iniciava um período de distribuição dos despojos. O General Flores da Cunha voltava para ficar no Rio Grande do Sul. Seu prêmio seria o Governo do Estado. Não percebeu ele, senão muito tempo depois, que, com isso, fora afastado do centro das decisões nacionais.
Getúlio representava para o mundo o equilíbrio necessário para tranqüilizar, tanto os interesses da Inglaterra, quanto dos Estados Unidos. Dificilmente tomaria uma atitude radical. Era preciso desarmar o povo. Esse povo, do qual alguns homens haviam tombado, lutando pelo que julgavam ser a legalidade, e outros, pelos ideais superiores da liberdade. O poder do Brasil mudava de mãos.
Em abril de l93l, em festa que ficou registrada como uma das maiores já realizadas em Livramento, Mário Ávila e Carla Figueiredo se casam. Entre os presentes, além do General Flores da Cunha, seus irmãos João e Chico, radicados na cidade, seus filhos, seus sobrinhos José e Davi, os Krieger, os Silveira e, representando o Presidente Vargas, seu irmão Benjamim.
Muita gente de posses, da capital e da fronteira. O velho Ávila dava uma clara demonstração de seu prestígio e o fazia em grande forma. Do Diário de Notícias de Porto Alegre ao Diário de Pernambuco em Recife, as bodas foram noticiadas. Mário Ávila ganhava o status de homem sério, e, ao final da festa, antes de retirar-se com a agora esposa, fez questão de cumprimentar a cada um dos ex-companheiros de luta. Ao ficar frente a frente com José Gay Cunha, falou para Carla:
-Este é meu anjo da guarda. Agradeça a ele por estarmos juntos. Ele é um forte. Bom companheiro, amigo, um guri dos melhores. E pensar que sou tão mais velho.
Quase dez anos os separavam. Mas suas vivências encurtavam esta distância.
-Mário, parabéns. E conte comigo sempre, respondeu José.
-Minha vida mudará um pouco a partir de agora. Provavelmente vamos nos ver cada vez menos. Sei que você volta para a Escola Militar no Rio de Janeiro, mas não deixe de dar notícias.
Enquanto os dois amigos se abraçavam, Carla aproveitou para dizer:
-Acredite José. Para o Mário você é como que um herói. Ele fala muito de sua coragem, inteligência e amizade. Você era a pessoa que eu mais tinha curiosidade de conhecer de todos quantos o Mário conviveu na Revolução.
E erguendo-se na ponta dos pés, alto e forte que era José, beijou-o nas duas faces. Afastaram-se, cada um para seu destino.
Os primeiros anos de casamento passaram tranqüilos, apesar dos sobressaltos ocasionais de l932, quando, por conta da fidelidade do General Flores a Getúlio, o Rio Grande do Sul, mais uma vez, se engajava em réfregas, desta feita para acabar com a Insurreição Constitucionalista.
Em Portugal, uma brutal onda de desemprego atingia o país, conseqüência da legislação protecionista aprovada na Inglaterra, restringindo o livre comércio. Em fevereiro de l933, enquanto o prédio do Parlamento Alemão era incendiado pelos nazistas e Hitler, recém nomeado Chanceler de seu país, proclamava o estado de emergência, atribuindo aos comunistas a autoria do atentado, nascia em Livramento o primeiro filho do casal Ávila, que recebeu o nome de Márcio.
Na fazenda a rotina do dia-a-dia havia mudado bastante. Carla, impedida de lecionar em uma escola, o fazia para os pequenos filhos dos peões e em dias especiais, à noite, para os próprios pais da meninada. Era sua forma, sempre gentil e silenciosa, de mostrar que podia colaborar com o marido.
O velho Ávila e a esposa, depois de tantos anos exilados no interior, tinham resolvido aproveitar a vida um pouco mais. Deixaram Mário responsável pela administração, o que, na verdade, fazia de forma mais eficiente e evoluída que seu pai. Os empregados foram ganhando um tratamento bem mais afável e condições de moradia menos desfavoráveis.
Alguns poucos, mais antigos, que com Mário, ainda menino, haviam convivido, passaram a ser melhor aproveitados, sendo sempre consultados em casos de dificuldades, o que lhes dera um sentimento de maior utilidade e respeito. Sem dúvida, havia mais prazer e alegria, mais cordialidade no tratamento, entre todos os que conviviam na fazenda de Livramento.
Carla dava o toque sutil da delicadeza em tudo que a rodeava e a cada fato em que viesse a se envolver. Era a palavra e o gesto de consolo. Era o olhar de afeto para a mulher do peão que dera a luz, por vezes a uma criança frágil. E que, se preciso fosse, até a medicava.
Ao fim do dia, estava sempre a esperar por Mário, o banho pronto e a roupa separada, afinal era ele quem se envolvia com todo tipo de problema e, ao chegar, mais que todos, necessitava descansar o corpo e a mente.
Manutenção, rebanhos, vacinas, adubo, rações, roubo de gado, discussão de preços com os compradores, a luta com a concorrência nem sempre leal, coisas que Carla se acostumara a vê-lo tratar mantendo o alto nível e seu bom humor que nada parecia abalar.
E do pequeno Márcio, Mário Ávila sabia tudo por ela, nas falas tranqüilas de depois do jantar quando, se fizesse frio, sentavam perto da lareira. Revelara-se uma perfeita dona de casa. Assimilara a vida da fazenda com rapidez e mostrando uma maturidade inesperada, convivia com o isolamento forçado, longe da cidade, sem se perturbar ou transparecer qualquer tipo de desgosto. Amava o marido e fazia por merecer seu amor.
O Brasil caminhava para uma aparente fase de amadurecimento político e democrático. A Assembléia Constituinte promulgara nova Constituição e elegera Getúlio Vargas Presidente da República, legitimando, portanto, sua posição no cargo. Os legislativos estaduais, eleitos por voto direto, passam a escolher seus Governadores e é criada a Hora do Brasil, programa oficial, transmitido no mesmo horário por todas as emissoras de rádio do país.
A família Ávila aumenta de novo, em abril de l935, com o nascimento de Lauro, robusto mais do que o esperado, com três quilos e oitocentas gramas. Carla sofre um pouco no parto, realizado com ajuda de uma parteira no quarto do casal. Dois dias depois seu estado se agrava e Mário é obrigado a levá-la até Livramento para buscar apoio médico. Na verdade sofrera retenção de parte da placenta, o que lhe gerara um princípio de infecção. Recuperada, retornam ao lar.
É uma quarta-feira, oito e meia da noite e Mário manda aprontar seu cavalo para sair, como o faz sempre nesse dia. Vai reunir-se com alguns amigos para jogar e espairecer um pouco. Desta vez, Carla ainda abatida e frágil protesta:
-Meu bem, hoje tu não podes ficar comigo? e o olha com carinho.
-Fica tranqüila. Vou rápido. Voltarei mais cedo. Não me demoro. Prometo.
Agacha-se sobre ela, que está deitada, com Lauro a seu lado, beija-a com verdadeiro afeição e sai. Três horas mais tarde está de volta. Não acende as luzes pensando em não acordá-la. Carla, entretanto, não dorme ainda.
-Então, foi tudo bem? pergunta-lhe.
-Sim, tudo bem. Descanse. Vou trocar de roupa e me deitar também.
Carla preocupa-se com a expressão do marido que está contrariada. Conhece bem suas reações. Algo ocorreu que o fez voltar ressentido.
-Perdeste muito no jogo?
-Não meu amor, o de sempre. Serviu para me divertir. Estou cansado, apenas isso.
Deita-se ao lado da mulher, enlaça-a com o braço sob seu pescoço e lhe dá um beijo. Depois, com a mão livre, acaricia-lhe o ventre e o rosto. Beija-a de novo e fecha os olhos. Em alguns segundos parece ter adormecido. Carla se cala não querendo atrapalhar seu sono, mas em seu íntimo fica a certeza de que as coisas não foram boas naquela noite.
O Partido Comunista, em constante esforço para firmar-se, ajuda a fundar a Aliança Nacional Libertadora. Em contrapartida, o Governo Federal apresenta proposta, aprovada pelo Congresso, que cria a Lei de Segurança Nacional, liberando plenos poderes ao executivo para reprimir qualquer atividade que seja considerada subversiva. Forçada por acontecimentos na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, nos quais fora morto um operário, ocasionando greves e passeatas que param a cidade, a polícia fecha a sede da Ação Integralista Brasileira, na verdade disfarce político de um grande grupo de radicais de direita.
Legendário e reconhecido como um líder sábio e honesto nas hostes da Escola Militar, por conta de sua fantástica marcha através do Brasil há anos atrás, Luis Carlos Prestes, clandestino desde que rompeu com Vargas, e que chefiara a coluna que protestara por todo o país, vencendo as forças legalistas de então, era o inspirador, não só no Rio de Janeiro, mas em vários outros estados do país, de movimento que planejava derrubar Getúlio Vargas, considerando-o traidor do ideal da luta de l930, agindo como ditador, sem respeitar a Constituição.
Reunindo civis e militares, o primeiro levante ocorre em Natal, aonde o Governador é deposto e os rebeldes assumem o poder Um dia depois, em Recife, os rebelados esboçam seus primeiros passos mas são imediatamente dominados pelas tropas do Governo. Sem apoio na região, em três dias, o Governo do Rio Grande do Norte volta às mãos da legalidade, com a derrota fragorosa e muitas prisões dos revolucionários.
No Rio de Janeiro, na noite de 26 para 27 de novembro, algumas unidades militares se sublevam, sendo rapidamente sufocadas pelas forças do governo. O que resta é muita destruição, mortes, e a certeza de que Vargas tivera sempre o controle da situação e das informações sobre o que ocorria no seio dos conspiradores. O comunismo assustara. Agora, com longos juros do tempo, pagaria caro.
É decretado Estado de Sítio e o país passa a viver a mais espantosa fase de repressão, levando às prisões gente de todas as atividades e de todas as faixas etárias. Não há discernimento para mostrar as garras do poder. Jovens estudantes e mulheres, inclusive grávidas, são torturados para confessarem o que nunca souberam ocorrer.
As manchetes dos jornais favoráveis ao governo citam a possibilidade de aprovação da pena de morte no Congresso, enquanto Getúlio Vargas pede a decretação do Estado de Guerra. No Rio de Janeiro, junto com Deputados e Senadores, é preso Pedro Ernesto, médico querido - que há pouco tempo ajudara a salvar a vida de Dona Darcy, esposa do Presidente - Prefeito da cidade, respeitado por todos, inclusive por seus inimigos políticos.
É, depois, condenado pelo aborto jurídico que as forças governistas criaram com o nome de Tribunal de Segurança Nacional. O Governo humilha o legislativo, impondo mortes, torturas e vexames físicos de forma arbitrária e extremamente cruel. Filinto Muller passa a fazer parte da história do Brasil. Da parte triste e suja da história.

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Entra l936 e os Ávila festejam os três anos de Márcio em reunião de família que reúne os avós maternos e paternos entre muitos convidados. Saboreiam todos um churrasco, sob o caramanchão frente à casa grande, de flores amarelas e folhas muito verdes, alamanda que Carla trouxera de Porto Alegre.
-Não sabia que tu eras capaz disso Mário. O churrasco está melhor do que os que faço. Tenho que admitir.
-Eu não sou tão bom assim Coronel. A carne é que é boa demais. Os responsáveis são estes bons peões que comigo trabalham. Eles sabem tratar o gado de forma a que ele não endureça as carnes. Sabem alimentá-lo de modo adequado.
Mário respondia ao sogro de forma verdadeira, mas o que desejava era mostrar ao pai que tinha mudado as coisas no trato com os empregados, antes tão espezinhados pelo Velho Ávila. Sabia que tio Marcelo, morto pouco depois do falecimento de seu avô, fora bem diferente de seu pai. Ainda agora, aqueles que o haviam conhecido falavam dele com saudades.
Era alegre, desprendido, gostava de contar histórias que assustavam os peões. Todos sabiam que não participara de muito do que dizia, mas respeitavam sua criatividade sadia e sua capacidade de resolver problemas, principalmente quando estes surgiam entre os peões. E o fazia sem que o Velho Ávila ficasse sabendo. Tinha consciência de que, se isto ocorresse, as coisas pioravam.
O Velho Ávila era duro nos julgamentos. Não discutia nem questionava. Não ouvia nem argumentava. Demitia ao menor sinal de desavenças. Tio Marcelo vivera pouco. Casara perto dos quarenta anos e quando o pai morreu, não chegou a desfrutar da herança. Fora encontrado morto, dois tiros nas costas, nunca esclarecidos.
Mário era ainda muito pequeno. Pouco lembrava, além da atenção e do carinho que o tio lhe devotara. Dele ganhava presentes, sempre acompanhados de uma palavra amiga. Comentava-se, entre alguns desafetos do Velho Ávila, que ele mandara matar o irmão por quem nutria profundo rancor e despeito. Nunca aprendera ou fizera qualquer esforço para entendê-lo.
Não assimilava a postura descontraída do irmão. No fundo, o admirava pela simplicidade e inteligência com que sobrepujava qualquer problema. Mas isso só fizera que, com o passar do tempo e a identificação que o irmão desenvolvera com o pai, fosse se afastando cada vez mais. Marcelo nunca percebeu isso, absorto que vivia em meio a seus projetos e atribuições. E partiu, talvez sem sabê-lo. Não agradava a Mário pensar nisso. Olhou para o pai que, sentado, demonstrava cansaço.
-E aí Velho? Gostando também?
-Tu bem sabes que já há algum tempo como pouco churrasco. Me é muito pesado para a digestão. Mas está bom sim.
Sempre fora assim. O Velho Ávila elogiava pouco e se queixava muito. Respondia curto. Não alongava conversa, mas lhe agradava ser consultado. Se o deixassem de fora do papo, em pouco levantava e se recolhia. Agora já mostrava claros sinais da velhice que o devastava pouco a pouco. As mãos eram trêmulas, a boca ficava entreaberta, sem que assim o desejasse, os olhos não tinham mais o poder de intimidar que sempre o caracterizara. Da prepotência que trazia consigo, lhe restara o falar autoritário, mas transmitido por uma voz frágil, e entrecortada pela tosse constante.
Não se movimentava a vontade. Gostava de comandar, e isso os outros já não aceitavam, salvo em raros momentos de cortesia. Por pura indulgência perante sua figura patética de agora. Como todo tirano, ao momento em que o tempo lhe tirava as energias, via esvair-se seu poder de impor-se. E era obrigado a se contentar com a companhia silenciosa e quase imperceptível da própria esposa, com quem mantivera sempre uma relação de carinho superficial e domínio absoluto. Domínio a que ela se sujeitara em troca da vida tranqüila que passara a viver a seu lado.
Não opinava junto dele, mas impunha-se firmemente em sua ausência, como que transformada subitamente em pessoa radicalmente distinta. E voltava ao normal, em seu canto acanhado, em sua postura quase de freira, cabeça baixa, ao receber uma ordem dele, imediatamente atendida sem discussão. Assim havia sido sempre entre eles. E muitos dos parentes, mesmo os mais próximos, iriam partir para outra sem desvendar quem ela pudesse realmente ser. Era uma mulher como muitas outras de seu tempo.
A festinha de Márcio seguiu até a tardinha. Ele, homenageado, dormiu quase o tempo inteiro. Mas, mais que tudo, a festa servira para que Carla matasse a saudade dos pais e dos irmãos. Eles ficariam na fazenda por duas semanas, bebendo leite recém ordenhado, admirando o amanhecer, o pôr do sol nas cochilhas, passeando na charrete, dando uma fugida até Livramento para conhecer a fronteira com Rivera, onde metade de uma praça era Brasil e a outra metade Uruguai.
Lá, o baixinho João Flores da Cunha, como sempre um perfeito cavalheiro, acolhedor e disposto, os recebera com toda honra merecida a contra-parentes do Ávila. Voltaram para Porto Alegre de trem, com as doces lembranças dos dias passados junto de Carla e Mário, a quem amavam como verdadeiro filho.
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Mário Ávila viajara para o Rio de Janeiro. Fora tratar de negócios, convidado por um companheiro de sua turma de jogo das quartas-feiras. Carla não se agradara com sua ausência. Principalmente, porque algo lhe dizia no íntimo que, naqueles tempos confusos e truculentos, era arriscado demais circular pelo Rio. Ao chegar, encontrara a cidade atordoada. Amigos seus comentavam incrédulos sobre as prisões de intelectuais nunca suspeitos de qualquer envolvimento com o comunismo.
Ao mesmo tempo, percebiam e se manifestavam, com o devido cuidado, para fazer oposição à, na verdade, ditadura de Getúlio Vargas. Sabiam dos laços familiares que constrangiam Mário Ávila, filho que era de amigo de longa data do Presidente. E aqueles que conheciam o Velho Ávila de perto tinham a certeza de que, mesmo estando este totalmente contrário aos métodos de Vargas, por conveniência financeira, jamais se manifestaria publicamente. Passara incólume por muitas crises e revoluções. Não seria agora que se apresentaria com atitude distinta das anteriores.
Entre outras coisas do sul, Mário comentou-lhes do estado de saúde do pai, agora realmente parecendo fraquejar. Mas tinha outros compromissos. Estes, sigilosos e especialmente particulares. Fora chamado para ajudar uma pessoa que necessitava de apoio e o homem para isso, segundo seus companheiros, era ele.
À tardinha, sem alardear aos amigos que o visitaram, saiu do hotel e apanhou um táxi que o levou até Bangu. Parou na esquina de uma rua estreita e arborizada. Pagou a corrida. Pela orientação recebida seria a terceira casa a direita. Haveria um menino no portão usando um boné verde e branco. De longe o percebeu. Ao aproximar-se falou:
-Sou Mário Ávila. Estão me esperando.
O garoto nem levantou os olhos. Empurrou o portão sem tranca e o deixou seguir. A porta da casa foi aberta e Mário Correia o fez passar.
-Sente Mário. Podemos conversar logo.
E começou a descrever-lhe o que seria sua missão. Indicado por José Gay Cunha como homem confiável, incapaz de levantar qualquer suspeita, contavam com ele para retirar do Rio de Janeiro uma companheira que precisava desaparecer do alcance da polícia. Ela conseguira fugir de um hospital para onde fora levada após uma brutal seção de tortura na prisão. Ficara entre dois e três meses sob cuidados médicos para recuperar-se.
Era comunista e tinha dito isso com todas as letras, sendo interrogada pelos asseclas de Filinto Muller. A valentia lhe custara caro. Agora encontrava-se foragida, sob a proteção de outros companheiros, em lugar aparentemente seguro, mas tinham medo de serem descobertos, e do que poderia suceder com Sara - ter o mesmo destino de Olga Benário.
Mário escutava com atenção, seus pensamentos vagando por preocupação crescente. Do dia em que quase morrera junto à Usina do Gasômetro em Porto Alegre, ao momento de então, muita coisa sucedera e sua vida era bem distinta. Não era mais um jovem afoito, mas um homem casado, com filhos e um compromisso enorme com uma família grande. Muita gente dependia dele. Correia falava e Mário quase não assimilava o que ouvia. Era preciso tomar um tipo de decisão que nunca antes se defrontara. Por uma fração de tempo, que a mente não permitia avaliar, visualizou os tipos de risco que cercariam a empreitada.
Já enfrentara desafios, mas dispondo de condições de planejar seus passos de forma mais favorável. A situação, entretanto, não lhe dava margem para divagar.
-Muito bem. Estou com vocês! Devo isso ao José, e mesmo arriscando muito, não posso decepcioná-lo.
Ergueram-se os dois. No rosto de Correia transparecia a emoção incontida e o nervosismo trazido pela tensão constante. Abraçou Mário com força. Olhou-o nos olhos, respirou fundo após enxugar uma lágrima que insistia em percorrer-lhe a face e lhe disse:
-O Zé tinha razão. Você é homem de verdade. Dos nossos. Como se diz na sua terra, você é um guapo.
Apanhou seu chapéu e saíram à rua. Por quase uma hora, o táxi andou devagar, o motorista, que se percebia conhecer bem a Correia, escutando suas instruções para desviar de alguns pontos mostrados no caminho, aonde poderiam ser surpreendidos por alguma patrulha da polícia ou sofrerem o imprevisto de, reconhecidos por algum companheiro mais afoito, chamarem a atenção que não desejavam.
Haviam chegado. Ali realmente seria difícil adivinharem que alguém se escondia. O lugar era pobre e as casas pareciam abandonadas. Entraram caminhando num beco que não lhes permitia andarem lado a lado. Correia bateu à porta de um casebre. Passaram-se alguns segundos em que Mário teve a nítida impressão de estar sendo observado sem saber por quem ou de onde. A porta abriu-se. Viram-se em uma sala pequena, mas confortável, que não correspondia à aparência externa da casa. Sentaram-se frente a frente com Angélica, assim se apresentara ela. Escutaram passos vindos do corredor, do qual só percebiam a entrada devido à escuridão. A luz da sala não permitia mais que isso.
-Esta é Sara, falou Correia.
Mário ergueu-se e lhe apertou a mão sem falar. Nada lhe veio à mente que pudesse dizer naquele momento. Era uma bela mulher. Olhos grandes, lúcidos, penetrantes. Não tão alta, talvez um metro e setenta, os braços agora cruzados sobre o colo, o observava atentamente, como se quisesse adivinhar-lhe os pensamentos. Os cabelos estavam soltos, pouco passando dos ombros e eram negros como seus olhos. Tinha um quê de certeza e de violência ressentida na expressão. Recostou-se no respaldo da cadeira e cruzou as pernas.
-Então, chegou minha hora. Este é Mário Ávila. Não o imaginava assim. Você me parece refinado demais para ser um dos nossos.
Sara falava com voz calma, mas decidida. Mário não reagiu. Bem sabia que realmente causava essa impressão. De fato era um homem fino e elegante. Não poderia, mesmo que se esforçasse, mostrar-se de outra forma qualquer.
-Creio que, de agora em diante, para que possa cumprir minha missão, será mais conveniente que se acostume comigo e assuma, você também, uma postura que não a faça destoar de mim.
Ergueu-se e completou:
-Será importante que não sejamos notados e o contraste facilitaria chamarmos atenção. Assim Sara, você é que terá de esforçar-se para não parecer uma campesina ao lado do patrão.
Sara não poderia afirmar que estava surpresa com o que ouvira de Mário, mas sentia que ele merecia seu respeito. Mostrara lucidez e conhecimento da situação. Duas horas depois, já noite, Mário saia do hotel com Sara para a estação ferroviária.
Estavam cansados e tão logo se acomodaram no trem dormiram ambos profundamente. Tinham um longo caminho pela frente. Era preciso estarem atentos a tudo e uma noite bem dormida os ajudaria. No dia seguinte pernoitariam em São Paulo.
Hospedaram-se em um hotel próximo à estação. Ali dificilmente poderiam encontrar alguém que reconhecesse Mário Ávila.
Saíram para caminhar um pouco. Caia um garoa fina e insistente. Pararam em uma pequena lojinha para comprar um guarda-chuva e uma boina que Mário acomodou em Sara escondendo-lhe quase totalmente os cabelos.
-Chegue perto. Me dê o braço, disse Mário. Não esqueça que somos casados. Apenas por dois ou três dias e para os outros, mas casados.
-Mais pareço um menino com esta boina .
E Sara deixou escapar um meio sorriso. Era-lhe estranho ter um homem a seu lado a protegê-la. Há muito não se percebia, como agora, um tanto dependente do braço forte que sua mão segurava. Ergueu os olhos para Mário, bem mais alto que ela. Ele, sem demonstrar que o percebesse, olhava em frente como que a querer adivinhar o que poderiam encontrar. Passaram por algumas esquinas e a chuva apertava.
-Vamos jantar aqui, disse Mário, fechando o guarda-chuva em frente a um bar.
Virou-se à direita, colocando Sara à sua frente. Puxou-lhe a cadeira para que sentasse. Sentou-se a seu lado.
-O que você quer comer? perguntou-lhe.
A janta foi rápida. Conversaram sobre o tempo e Sara perguntou a Mário sobre sua família. Ouviu-o atentamente. Tinha a fala agradável e correta. Era objetivo, não tão diferente do quanto o sentira ao primeiro momento.
-Vamos embora Sara. Não convém ficarmos muito tempo parados. O alvo mais fácil é o que não se mexe.
Pagou a conta, deu-lhe o braço e saíram de volta ao hotel. Entraram.
-Preciso tomar um banho Mário. Terei que sair do quarto.
-É tarde e seria perigoso deixá-la só. Vou acompanhá-la até o banheiro. O espaço é grande. Você fecha a cortina e toma banho na banheira. Eu fico olhando pela janela.
-Isto é coisa de conquistador barato! Está louco se pensa que vai me olhar tomando banho. Sei me cuidar sozinha.
Mas Mário mostrou-se firme:
-Não só isso. Depois, enquanto você olha na janela, tomo banho eu. Você está sob minha guarda e assim será até o fim de nossa viagem.
Sara banhou-se rápido e se enxugou mais ligeiro ainda. Vestida, trocou de posto com Mário.
-Olhe para fora. Sou muito grande para conseguir tirar minha roupa na banheira como fez você, disse Mário enquanto desabotoava a camisa.
A cortina de plástico era fina e transparente. E Sara viu um belo homem, como talvez poucas vezes tivesse visto. Ou assim o sentia depois de tanto tempo passado sem se ver ou perceber como mulher.
Deitaram-se cada um numa cama. Sara dormiu primeiro. Mário necessitou de algum tempo para assimilar a tensão que carregava e que o obrigava a estar alerta constantemente. No meio da noite acordou sobressaltado com os gritos de Sara. Sentou-se na cama e tentou raciocinar rápido.
-Não me toquem. Não... canalhas, vocês são canalhas e bandidos...não...
Sara, sentada já quase fora de sua cama, tinha os olhos abertos, mas sem foco. Estava tendo algum pesadelo. Seus gritos eram cada vez mais altos. Mário ergueu-se e deu dois passos até ela. Levemente, quase sem fazer pressão, tocou-lhe o braço com uma mão enquanto a outra pousava em seu rosto. Ela suava frio, mexia-se muito, como que se afastando de um invisível agressor. Tentou pular e Mário a prendeu na cama.
-Calma Sara! Você está aqui comigo. Calma... Sara...Vá, acorde...
Passara um braço em torno de seus ombros e a apertava junto ao próprio peito. Finalmente, Sara encarou-o com expressão de quem volta à realidade e se sente meio perdida.
-Mário... ainda bem... estava sonhando que me torturavam... é horrível...
Recostou sua cabeça ao ombro do companheiro e chorou. Chorou muito. Depois foi se acalmando, como se, aconchegada em seus braços, tivesse se tranqüilizado. Acabou adormecendo. Mário esperou um pouco, ajeitou-a na cama e a cobriu com o lençol. Levantou-se e observou-a por alguns instantes, vendo sua respiração normalizar. Sob a camisa que improvisara como pijama, seus seios moviam-se, quase que imperceptivelmente. Estava bem. Agora podia ele dormir também. Ajeitou seu travesseiro e buscou descansar.

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sexta-feira, 6 de março de 2009

Sobre uma Menina Amiga

"Vieste como chegam os pássaros, anunciando o verão.
Sem ter mesmo nunca nos olhos a permanência.
Nós é que não percebemos. Tão absortos estávamos com tua presença!
E partiste, a mala ainda aberta, levando muito de nós!"
(trecho do poema "A mala aberta" de 1971)

Nada como a vida para comprovar o amor. Este amor que, por todos os impulsos que produzimos, retorna para cada um, no amor que este inspira e produz naqueles que nos cercam. Não há necessidade de memória no amor! Ele, em si, é nossa sobrevivência através dos tempos. E fica, como ficamos nós, como significado maior de nossa passagem nesta terra, que é a ponte da vida!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Elevando sua Auto-estima (2)

Para homens: Faça uma atividade física, algo que tenha a ver com você e que lhe dê prazer. De preferência onde possa fazer amigos e encontrar pessoas. O exercício físico é um ótimo meio de combater o stress e manter a forma. O importante é saber que a masculinidade está dentro de você. Performance sexual, conta bancária, poder, nada disso significa virilidade. Ser homem é ser capaz de ser você mesmo, e de abrir o coração sem vergonha dos próprios sentimentos.

Não se exija demais e perdoe-se pelos enganos cometidos. O importante é aprender com os próprios erros sabendo que ninguém pode acertar sempre. Dedique-se a algum hobby, estude, escolha um projeto em que possa investir a sua energia. Ao fazer isso, você descobrirá que existem muitas maneiras de se ter prazer além dos relacionamentos com as mulheres. Além disso, uma das coisas que mais fascinam as pessoas é estar ao lado de alguém que tem interesses variados na vida.

Mesmo se você não for vaidoso ou do tipo que gosta de se vestir bem, lembre-se que a sua aparência revela o quanto você se gosta. Cuide-se. É um modo de mostrar consideração por aqueles com quem convive. Aceite-se como você é, e não caia na tentação de ficar se comparando com os outros homens. A comparação faz com que você acredite na ilusão de que existem homens superiores e outros inferiores. Ocupe-se em ser você mesmo.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Nossos Amigos: Desfrute de seus Serviços

DEPILARE
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"Um passo rumo à Sensualidade"

Elevando sua Auto-Estima (1)

Para mulheres: Faça um curso ou aprenda alguma coisa que sempre desejou aprender. Pode ser uma língua, informática ou qualquer outro assunto capaz de apaixoná-la. Dedique-se à sua vida profissional. Se não estiver satisfeita com o que está fazendo, procure uma alternativa, prepare-se e acredite que pode conseguí-lo. Arrume a sua casa, coloque flores no quarto, deixe tudo de um jeito especial, feito com amor, de você para você mesma.

Procure estar sempre aprumada, com roupas que a favoreçam, um batom, unhas cuidadas, cheirosa. Mesmo dentro de casa, você deve se sentir bonita e sedutora. Faça programas agradáveis. Se não tiver como pagar ingressos e restaurantes caros, vá a um parque, a um museu, assista aos filmes em cartaz e pesquise o que há de bom na programação da sua cidade. Experimente brincar de seduzir. Na rua no cinema, numa festa. Onde quer que esteja, sinta-se atraente e feminina. Esse sentimento irá se irradiar e os outros passarão a notá-la.

Faça atividades físicas. Não precisa ser em uma academia ou clube. O exercício físico libera endorfina (morfina natural fabricada pelo próprio corpo humano), gera sensação de bem estar e proporciona estar em ambiente mais saudável, facilitando conhecer pessoas. Enfim, busque fazer tudo aquilo que lhe dá prazer, onde você sinta que está colocando a sua energia e amor naquilo que você gosta de fazer. O homem se apaixona não só pelo que a mulher demonstra ser, mas muito mais, pelo amor que ela tem por ela e pelo que ela faz. Seja uma idealista e uma seguidora dos seus sonhos e não dos sonhos dele. O amor verdadeiro sobrevive na espontaneidade.

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domingo, 1 de março de 2009

A quem homenagear ?

Gostamos de prestar tributos a heróis, talvez por nos inspirarem a agir além de padrões normais. Não lhe ocorre que muitas outras pessoas mereceriam ser reconhecidas por seus feitos, e talvez nunca sejam homenageadas? Porque não premiar pais que souberam criar seus filhos, transformando-os em pessoas de bem, desafiando seus acessos de cólera quando adolescentes, suas perguntas ou respostas cruéis, quando se defrontaram com a maturidade, suas reações perante as primeiras adversidades?

Porque não premiar avôs, que depois de tantos anos dedicados à criação de seus filhos, dando tudo de si, não se satisfazem em viver à sombra destes, e dedicam-se a lutar por uma vida e por uma sociedade melhor? Porque não premiar profissionais, que não se afastam de seus ideais, praticando suas profissões com orgulho e dedicação, em prol de uma sociedade mais digna, mais saudável, mais justa, mais igualitária?