sábado, 6 de junho de 2009

Ilusões (3)

Homens com problemas de relacionamento com a mãe na infância, que disputaram a sua atenção com o pai, também podem se transformar em pessoas que aceitam o papel de amante. O que leva uma mulher ou um homem a abrir mão do papel principal no filme de suas vidas, costuma ser explicado por uma baixa auto-estima, que pode ter origens na infância e no relacionamento com os pais como estamos vendo.


Por outro lado, pensemos na história de “Dona Flor e seus dois maridos”, na qual Jorge Amado nos relata a vida de uma mulher simples, que após ficar viúva de Vadinho, malandro, devasso, imoral e irreverente, cheio de imperfeições, conhece Theodoro, respeitado e respeitoso homem, com quem casa novamente e passa a desfrutar de uma vida tranqüila e cheia de paz. A partir disto, envolve-se em enorme dilema, no qual se debate entre o que agora tem e a falta do prazer que um dia usufruiu.

É neste cenário que, entre vivos e fantasmas, Dona Flor encontra o seu homem ideal, na vida com dois maridos, em que um lhe oferece sensualidade e aventura, e o outro lhe é fiel e amável. Então, porque não nos questionarmos, hoje em dia, quanto a conseguirmos conviver com um casamento no qual possamos dispor de tudo isso? Porque não chegarmos, homem e mulher, companheiros, a este ideal de ambos, em que, cada um a seu modo, venha a preencher as necessidades e anseios do outro?

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