terça-feira, 19 de maio de 2009

Mulheres Adultas (7)

Inclua a intimidade nos seus planos. Mas cuidado! Não é preciso marcar um dia específico para sexo, isso pode atrapalhar. O truque é reservar tempo para si e para o parceiro, sem definir um objetivo, mesmo que imaginem que terão resultados incríveis. A sexualidade não é compatível com a rigidez de horário, o que é importante é reservar tempo, sem definir para quê. Quando o tempo é reservado para nós, é evidente que o “para quê” surge, mas, se há sempre um objetivo pré-definido, essa obrigatoriedade controla, asfixia, e parece que se trata de mais um trabalho.

E não esqueçam que o convívio entre seres humanos é complicado. Mais complicado ainda, quando falamos em convívio entre casais, especialmente em períodos de transição, onde muda a subjetividade, nos quais o atual se choca um pouco com o habitual. A hierarquia no casal está abolida em termos, mas ambos carregam resquícios de seus antigos papéis, podendo até mesmo, sem perceber, tentar lançar mão dos poderes exercidos por seu grupo sexual em gerações passadas. Quando isto ocorre, de forma explícita ou sutil, os ânimos se exaltam e fica comprometida a harmonia do relacionamento.

Antes, a mulher se calava diante da autoridade do homem, curvando-se a seus desejos e projetos, enquanto hoje caminhamos para a igualdade e para o confronto. Ela já não aceita submeter-se às determinações dele, pois é testemunha inconformada de um tempo em que a submissão feminina gerava sentimentos de inferioridade. E este novo estado de espírito dificulta o diálogo. Por vezes, colocações simplesmente expositivas são vivenciadas por ela como impositivas, provocando reações exageradas e levando a relação a um terreno emocional tumultuado.

Não podemos esquecer que carregamos marcas, ainda que estas em processo de se tornarem coisas do passado. Pode, no homem atual, ocorrer um novo eclipse de autoritarismo, da mesma forma que, na mulher, surgir uma identificação com a obediência, o que tornará a relação sensível às mínimas e inconscientes expressões de um ou de outro. Não deixando de lado o fato de que, mesmo antigamente, dependendo da dinâmica da vida conjugal, o poder era exercido pela parte feminina, ainda que silenciosa e sutilmente.

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