domingo, 17 de maio de 2009

Swing (2)

Os swingers encaram o casamento como um caminho pleno da vida a dois, valorizando, sim, a fidelidade, mas propondo-se a compartilhar momentos de prazer, e não considerando traição o fato de se entregarem juntos à distração sexual. O casal swinger é, pois, desprovido de preconceitos em relação à sexualidade. Estão abertos às fantasias com outros casais, aceitando ter, às vezes, e que o seu parceiro tenha, relações sexuais com outras pessoas. Contudo, como regra básica, o envolvimento entre swingers deve ser puramente momentâneo. Não envolver o sentimental.

É algo que exige muita avaliação prévia, e, depois de assumido, constantes cuidados e sensibilidade para não gerar conflitos. Deve-se conversar muito, seja qual for o parceiro que tome a iniciativa de encarar o assunto como uma possibilidade. Por vezes, casais levam meses, até anos, tentando se entender a respeito de suas fantasias, mesmo que estas não incluam o swing. Como esta prática envolve um nível de concessão maior, no qual ambos precisarão muita tranqüilidade, além de uma intenção bem definida e claramente estabelecida, é fundamental que o diálogo seja detalhadamente explorado antes que a prática se torne realidade.

Idealmente, além de conversar muito, aconselha-se que o casal freqüente locais em que o swing seja praticado, primeiramente, como simples observador. Que faça amor junto ou frente a outros. Que sinta e avalie suas próprias reações e possíveis inibições. Que pese o quanto lhe soma esta nova emoção. O quanto eleva, de fato, os níveis de atração mútua. A que nível o gozo melhora ou retrai. Quais as reações sentidas, se de desejar participar, se apenas observar, se apenas tocar ou permitir ser tocado. Enfim, dar-se tempo para decidir qual o próximo passo, sem pressa, sem arriscar-se a decepções ou seqüelas.

Observando o comportamento de outros casais, mais fácil será verificar a que níveis cada um sente-se à vontade para agir. Na maioria das vezes, por força de formação, por natureza das reações de cada um, e até por preocupação com as reações do parceiro, as mulheres são mais parcimoniosas para decidir-se a agir. Sofrem uma pressão maior de seus possíveis conceitos e dos preconceitos sociais. No entanto, uma vez praticantes, predomina uma maior iniciativa de sua parte.

Em locais onde o swing é praticado, há uma postura básica estabelecida: os homens esperam pela mulher. É dela, predominantemente, o primeiro passo, para se liberar, seja nos olhares, nos gestos ou no toque em outra pessoa. É dela o direito à iniciativa, com relação a seu parceiro e aos outros. Talvez por ter-se percebido que é a mulher a parte mais sensível, ou a mais reprimida socialmente, esta prática é respeitada. E com isto percebe-se que as coisas caminham melhor. Como se a ela caiba a tarefa de estabelecer os momentos e os pontos de partida, e os possíveis limites a atingir.

Vivemos em uma sociedade em que, ao homem, é dada mais liberdade para pensar e agir contra as regras estabelecidas. Portanto, será natural que, mesmo cheia de desejo, mesmo querendo ir avante, a mulher resista mais à idéia, até como forma de defesa, de testar se o companheiro, de fato, está disposto a ir em frente. E isto não causa prejuízos. Ao contrário, dá mais segurança e, quando houver disposição, aumentará o querer de ambos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário