quinta-feira, 9 de abril de 2009

Crescer e Aceitar Desafios (3)

Poucos admitem que seja normal desejar estar só, dispor de pequenos momentos de privacidade, meditar sobre nossas necessidades e desejos, ou simplesmente divagar e sonhar um pouco. Somos impelidos a “participar”, quando temos vitais circunstâncias em que deveríamos aprofundar diálogos com nós mesmos. Ao descobrirmos, ao identificarmos nossos pontos fortes e pontos fracos, estaríamos nos preparando melhor para encarar a busca de um abrigo seguro. Não somos felizes sem os outros, mas não podemos depender totalmente deles.

Dispor de um espaço interior, só nosso, ajuda a não perdermos nossa individualidade e a descobrir nossos limites de resistência. Faz parte de nossa responsabilidade em nos tornarmos gente mais inteira, mais completa. Mais que tudo, nos leva a tomar decisões e saber escolher, sem precisar sempre incluir outra pessoa em nossas análises e opções. E, ao ganharmos esta condição, aprendemos a lidar com a solidão com menos temores e mais naturalidade. Aprendemos a gostar de nossa companhia.

Temos que saber evitar nos tornarmos vítimas de nossos medos, o que, se ocorrer, toma conta de nossas vidas. A violência existe, e pode estar contida em palavras, em gestos, em olhares, sem necessariamente se materializar em uma agressão física. Todo momento trágico merece condenação, mas não pode nos impedir de desfrutar dos prazeres da vida. Se desejarmos viver intensamente, devemos ter preparo para enfrentar os riscos. Novas pessoas que conhecemos, inevitavelmente, são por nós avaliadas pelo seu potencial de violência, e não da alegria ou prazer que poderão nos proporcionar.

Não podemos permitir que a confiança ceda lugar à suspeita. Desta forma estaremos criando obstáculos a novas conquistas de amizades, prendendo-nos às antigas. Temos que sair à rua, ainda que seja para ver pessoas. O sentimento de estar só aumenta nossos temores, nos deixa a impressão de estarmos desprotegidos, e, pior que isso, leva-nos ao isolamento. Se convivermos mais com as pessoas, estas se tornarão também mais receptivas e hospitaleiras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário