quarta-feira, 15 de abril de 2009

Crescer e aceitar Desafios (5)

Em certa proporção, as mulheres ganharam o direito de estar na vitrine, mas não foram alertadas devidamente quanto ao preço que se paga pela exposição. Há uma busca frenética de auto-realização. Há uma perseguição a corpos sadios e sarados, há uma busca incessante pela graduação mais plena. Ficamos todos, homens e mulheres, escravos de nossos conceitos de marketing moderno. O consumismo chegou às relações. E nem sempre a ioga e a meditação são soluções suficientes para evitar as perdas.

É preciso que entendamos nossos limites individuais, adequando a eles os nossos sonhos e anseios. Compreender a si mesmo deve ser objetivo constante. Sem que isso nos leve a abandonar os outros, ou a senti-los menores. É difícil viver mudanças. Sempre estarão a ocorrer. Ao sentirmos que experiências nos foram negadas, ou que escolhemos o caminho errado, perdendo uma parte de nossas vidas, não podemos permitir que o desespero nos tome conta. Carregaremos sempre a sensação de perda. Mas lembrando que o processo de autodescoberta é infindável. Mas é um processo, não um objetivo.

As ferramentas necessárias estão soltas, em nós mesmos, nos outros e no mundo que nos rodeia, e do qual não podemos deixar de fazer parte. O valor das experiências é maior, quanto mais consigamos vivenciá-las junto com quem amamos, repartindo o saber, apoiando-nos mutuamente, com o que tudo adquire um significado mais amplo, de termos realizado uma “boa viagem”. Assim são os relacionamentos humanos. Fazer concessões, e o modo como são feitas, pode ter muita responsabilidade sobre as experiências no amor.

Não há que se demarcar “áreas” de atuação em uma relação. Não se pode impor “princípios”, pois não o certo ou errado absoluto. Há, sem dúvida, situações em que não se pode ceder facilmente. Isto, entretanto, não pode ser guiado pelo orgulho, pela bondade, ou pela honra. Temos que examinar as razões que originam cada senão. Muitas vezes, um movimento de aproximação, um leve gesto de concessão, levará a encontrar o ponto comum da solução. Encontrar-se na vida com outra pessoa, e tentar caminhar juntos, exige ceder, e ceder é uma arte. Buscar acordos simples, sem se digladiar, é uma das melhores formas de fortalecer o respeito mútuo, vital para que o amor seja duradouro.

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