terça-feira, 21 de abril de 2009

Crescer e aceitar Desafios (6)

Olhamos para o passado, para o que já vivemos, na maioria das vezes, com carinho. Temos sempre a impressão que a vida era menos dura, mais despreocupada e menos complicada. É bem provável que as imagens negativas já vividas tenham se esmaecido com o tempo, mas, na verdade, o que ocorre é que há uma influência neste pensar, de nossa vontade, de tornar nossa vida presente menos problemática. A maioria de nós sente-se sobrecarregado de responsabilidades e da impressão, muitas vezes fundamentada, de ter que lutar sempre mais.

Será que, de fato, a vida já foi mais simples, e menos carregada de dificuldades? Afinal, se falarmos com alguém mais idoso, que viveu tempos anteriores aos nossos, também, por vezes, escutaremos algo similar. E será “por vezes”, porque cada um viveu a seu modo, contornando os obstáculos que teve a enfrentar. Mas muitos, e são muitos, terão passado por situações desesperadoras, reflexo de crises financeiras, de desemprego, de efeitos de guerras, de pressões sociais ou religiosas.

Muitos, que fizeram fortuna, lembram de tempos em que nada tinham e se sentiam mais felizes e realizados. Porque, na verdade, à medida em foram amadurecendo, não buscaram lutar por esta vida simples e descomplicada que alegam ter-lhes propiciado sua melhor fase. Não perceberam que, quanto mais possuíssem, mais seriam possuídos pelo que possuem, o que não é, necessariamente, o melhor. Alguns chegam a se definir pelo número de coisas que possuem, esquecendo que a única coisa que se lava da vida é aquilo que cabe em nossa urna funerária.
Então, porque não encarar a vida, nosso dia a dia, nossas relações, como mais um ponto de partida para descobertas e busca pela felicidade e pelo prazer? Porque não deixar de lado os preconceitos, porque não se abrir para as possibilidades com que nos deparamos? Porque não incentivar nossos companheiros, nossos parceiros, a viver cada dia, cada momento, tentando tirar-lhe o melhor proveito? E, quiçá, um dos pontos de partida para descobrir e trilhar novos caminhos, seja justamente ouvir o outro e enterder-lhe os anseios. Sem julgamentos, sem receios, sem nos prendermos a conceitos preconcebidos. Viver a dois deve ser um exercício de buscar a própria felicidade na felicidade do outro.

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