quarta-feira, 1 de abril de 2009

A Dignidade ajudando a Amar (3)

Não podemos, nem devemos, nos satisfazer em sermos apenas um número arquivado, catalogados de forma estatística, descobertos quando atrasamos um pagamento ou não recolhemos um imposto. Tem de ser mantido um elo mais forte entre as pessoas. As qualidades e a reputação têm mais valor que o possível lucro que propiciamos. É preciso tomar cuidados com a cultura que as modernas sociedades enfatizam cada vez mais, nas quais pouco ou nada valemos pela capacidade de nos relacionarmos uns com os outros. Ai pode estar a base das dificuldades de assimilarmos a tecnologia, vez que esta tende a nos isolar cada vez mais.

Nossos contatos estão cada vez mais restritos, vez que o mundo virtual nos interliga e nos prende, gerando certo vício alienante. Passamos a aceitar a repetição, a apatia e o tédio, criando úlceras e tiques nervosos, além de gerar novos males, devido à falta de movimentos e à ausência de convívio verdadeiro. A verdade é que precisamos uns dos outros. No dia-a-dia não há ainda um substituto para o ser humano. Por maior que seja o número de circuitos e programas, não se fabricam pessoas, nem sentimentos, nem expressão, seja de dor, seja de prazer.
É preciso despertar os valores contidos em cada um. O amor não tem como florescer das máquinas e de novas tecnologias. É um tipo de sentimento que está relacionado ao próprio descobrimento, às próprias potencialidades, ao respeito que possamos sentir por nós mesmos, à dignidade com que nos devotamos em cada passo dado. O trabalho ajudará sempre a construir nosso futuro, a garantir nossa sobrevivência, mas não esqueçamos nunca que somos pessoas e com pessoas necessitamos conviver e descobrir o amor.

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