sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mulheres Adultas (2)

A "instrumentalização do poder sexual feminino" é um tipo de poder esse que será exercido de formas variadas, de acordo com os princípios morais de cada mulher. Ela poderá usá-lo com o intuito de atrair para si o homem, ou os homens, que desejar, tanto para amá-lo como para explorá-lo. Pode parecer até um bom negócio, mas é falho, porque na raiz de tudo isso está a incapacidade de viver o sexo como mais uma fonte de prazer.

Há que se avaliar detidamente esta “dificuldade”. Se ela se estabelece por medo de julgamentos, por falta de motivação, por simples inibição, ou por uma questão de postura, de modo de ver a vida. A verdade é que, nos tempos em que vivemos, uma mulher que fique só e que se policie para evitar radicalmente o “ficar”, poderá estar abrindo mão de oportunidades para reencontrar possíveis amores. Não seria mais lúcido permitir a aproximação, e definir e controlar os limites de ação?

A polivalência da libido começa no dicionário. Existem no dicionário duas definições para essa palavra. Na primeira, é sinônimo de instinto e desejo sexual. Na segunda, predomina o conceito psicanalítico e o significado se amplia: libido é a energia motriz de todos os instintos de vida e da atividade criadora humana. Embora a libido não se restrinja ao ato sexual, ela o inclui, pois ele está na lista dos instintos básicos de sobrevivência. Comer e beber nos mantém vivos. Agredir ou fugir são mecanismos primordiais de defesa. E, sem sexo. O que seria de nossa espécie?

É verdade que somos animais libidinosos, mas com uma grande diferença em relação ao restante da fauna: a inteligência. Ao longo de nossa evolução, adquirimos a capacidade de relacionar sexo a afeto. É com base nos hábitos e valores que vamos escolhendo o que fazer com a energia libidinal: ler jornal, escalar uma montanha, descobrir uma nova vacina, ou praticar sexo. Por prazer, e não apenas para procriar.

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